Vinicius e Jards Macalé |
“Um personagem quase único na música brasileira. Um maldito, diz um desses críticos musicais instalados nos jornais. Um subversor, diz outro. E mais um outro ainda arremata: só não é único porque entre os gênios do Brasil existe Noel Rosa e Tom Zé”. Estas foram as palavras de Antônio Abujamra, apresentador do programa Provocações, da TV Cultura, na abertura de sua entrevista com o músico Jards Macalé, que no domingo (3) completará 70 anos. E, para comemorar as sete décadas, o carioca festejará com os paulistanos, em uma apresentação com entrada franca, no auditório do Ibirapuera, no dia 10, às 19h. A festa começa às 17h com a exibição do filme Jards, dirigido por Eryck Rocha, filho de Glauber Rocha [os ingressos serão distribuídos uma hora e meia antes da exibição do filme].
Jards Macalé – 1971. (David Drew Zingg) |
A primeira vez em que ouvi falar em Jards Macalé foi no livro Tropicália – Um Caldeirão Cultural, o qual costumo considerar uma bíblia da música popular brasileira. Ele era citado como um dos integrantes do Grupo Opinião, onde Macalé começou a carreira profissional como violonista no grupo. O Opinião era um grupo de teatro de protesto e de resistência, além de centro de estudos e difusão da dramaturgia nacional e popular.
Assim como Jorge Mautner, Jards era considerado maldito pela crítica por ser um músico incompreendido e avançado para a sua época. Prova disso, é a maioria de nós conhecer e curtir à beça a música “Vapor Barato” na voz de Falcão, de O Rappa.
O que mostra que a música é atual.
A canção é assinada por Jards e seu parceiro Waly Salomão em 1972. Vapor Barato é o maior sucesso de Jards, eternizado por Gal, no antológico Fa-tal – Gal a Todo Vapor (1971), LD duplo do show homônimo. Antes disso, Macalé fez a direção musical do disco Legal (1970) de Gal, um dos mais importantes de sua carreira e, em 72, assinou a direção do disco de outro baiano, Transa, de Caetano Veloso, que para muitos é considerado seu melhor disco.
O que mostra que a música é atual.
A canção é assinada por Jards e seu parceiro Waly Salomão em 1972. Vapor Barato é o maior sucesso de Jards, eternizado por Gal, no antológico Fa-tal – Gal a Todo Vapor (1971), LD duplo do show homônimo. Antes disso, Macalé fez a direção musical do disco Legal (1970) de Gal, um dos mais importantes de sua carreira e, em 72, assinou a direção do disco de outro baiano, Transa, de Caetano Veloso, que para muitos é considerado seu melhor disco.
Além de parcerias com Caetano, Gilberto Gil e Waly Salomão, outros nomes como Torquato Neto, Vinicius de Moraes e Glauber Rocha fizeram parte da lista. Macalé também fez trilhas sonoras para os filmes Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade e para O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro, de Glauber. Jards bebeu da água de vários cenários por onde deixou um pouco de si, seja no cinema, teatro, artes plásticas ou televisão. Por todas elas a música o permitiu deixar sua colaboração.
Em seu mais recente trabalho, a coletânea Jards (2011), há participações especiais de Frejat e Luis Melodia. “A canção se equilibra sobre acidentes rítmicos fazendo estender sua melodia a fim de manter sua integridade. Estrutura semelhante, mas ainda mais radical, se repete em Let's Play That (Jards Macalé/Torquato Neto). A canção é desconstruída a ponto de, no fim, não reconhecermos mais sua forma original. O disco é organizado por esse movimento de concentração e dispersão, alternando-se entre euforia e contenção. Comportamento parecido com Transa. Mas se ali as mudanças de intenção são comandadas pela letra e pelas citações de Caetano, no disco de Macalé seu violão é que guia essas oscilações”, escreveu o cantor e compositor Rômulo Fróes no Estadão.
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Até a próxima.
Beijos,
Elís Lucas
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