quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Gil70 e inesgotável



Para quem perdeu a exposição Gil70, que ficou até 17 de fevereiro no Itaú Cultural, não fique triste. Eu fui até lá, no último dia, só para contar o que vi, ouvi e senti. Que exagero né?! Eu fui mesmo é pra me esbaldar de Gil. Mas de verdade?! Também estava bem a fim de compartilhar um pouquinho de tudo aquilo com vocês. A exposição celebrou as sete décadas de vida e 50 anos de carreira de um dos mestres do tropicalismo, Gilberto Gil. 

Ao adentrar no salão principal da exposição, aquela vontade de sair olhando tudo de uma vez só foi inevitável, mas me contive e fui lendo as legendas e as informações contidas na linha do tempo, que descrevia o que acontecia na vida de Gil, no Brasil e no mundo naquele respectivo momento. O painel se dividia em fotos, frases e a discografia completa de Gil. Inclusive, havia um trecho do áudio do show de Gil na Escola Politécnica da Usp, em 1973.

Entre as inúmeras fotos espalhadas pelo painel, duas delas me chamaram muito a atenção, a primeira foi a de Gil cantando ao lado de seu ídolo Luiz Gonzaga, em 1985. Fico imaginando a emoção que ele deve ter sentido. Poucos conseguem esse feito. A segunda, a de Gil com suas mulheres, em 1992. Sim, porque primeiro, eu não sabia que ele tinha casado tantas vezes e, depois, é mesmo uma foto bonita de se ver. Todas elas ali reunidas para comemorar o aniversário de meio século de Gil.


Depois de ter lido quase tudo, porque tinha bastante texto, fui para o piso superior. (Antes fotografei os textos que não terminei de ler para que os lesse depois). Por lá, encontrava-se o diálogo que Gilberto teve com outras áreas, como cinema, televisão, teatro, ecologia e a cultura digital. Havia totens que disponibilizavam algumas letras de música e a história de como foram inspiradas. O que é sempre gostoso de saber.

Totens com áudios, letras e
histórias das inspirações
disponíveis
Back in Bahia. Foi assim: "Era o primeiro verão na Bahia depois que eu tinha voltado de Londres, e eu fui à festa de Nossa Senhora da Conceição em Santo Amaro da Purificação. Eu estava na casa onde Canô, mãe de Caetano, estava dando a festa, vendo as pessoas queridas e a alegria que emanava delas, da lembrança da saudade que eu sentia dessas e outras coisas em Londres, até que veio o impulso para escrever a canção - que eu comecei ali, letra e música juntas, de cabeça, e complementei no dia seguinte, já na casa de Sandra, na Graça, em Salvador", dizia o relato de Gilberto Gil.

Além de áudios do tipo, havia salas de vídeo, ou melhor, de audiovisual. Filmei uma delas, que exibia as versões de 1978, 1985, 1994 e 2005 da música Sítio do Pica-Pau Amarelo cantada por Gil. Abaixo, trechos das três séries de vídeos projetadas em três telas. Concepção de Bernardo Vorobow e Carlos Adriano.



Na entrada, do terceiro e último ambiente, uma grande tela com vocalizações de Gil chamava a atenção. Uma telinha menor sobre um totem na altura da cintura, mais ou menos, reproduzia o que estava na parede em tamanho menor, ou vice e versa. O bacana era poder brincar com as vocalizações de Gil misturando-as, deixando as vozes sobrepostas, criando uns sons malucos, através de touch screen na pequena tela. O som era reproduzido em uma engraçada caixa de som em formato de cone. 

Mais adiante, peças de metais ocupavam a sala com a frase "A felicidade é feita de metal" escrita na parede. A frase é trecho da música Futurível, de Gil, gravada em 1969, antes dele ser exilado em Londres.


Trecho de  Futurível, de Gilberto Gil estampado na parede

O que posso dizer é que a exposição foi bacana demais e que me instigou a querer saber mais sobre Gilberto Gil, mais do que já tenho lido nos livros que falam sobre tropicalismo como Tropicália - Um Caldeirão Cultural, de Getulio Mac Cord ou Noites Tropicais, de Nelson Motta. 

Um dos livros que tomei conhecimento na exposição foi o Giluminoso, de Bené Fontelles e, a partir dele, já procurei por outros mais. A quem interessar, logo abaixo segue a lista de alguns livros sobre Gil para aumentar o leque de conhecimento. Eu ia dizer conhecimento biográfico, mas através de uma figura de tamanha importância cultural e política para o Brasil, como é Gil, o conhecimento vai muito além disso.


Clique aqui para ver outros livros
  
Ah... Já ia me esquecendo. Na fan page do Visical tem um álbum com todas as fotos que tirei na exposição. Se tiver curiosidade, dê um pulinho por lá. Pra facilitar, clique aqui e já será redirecionado para o álbum.


Beijos e até a próxima.
Espero que tenham gostado,

Elís Lucas

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