quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Maria Gadú se apresenta em Guarulhos

Maria Gadú em Guarulhos
É oficial, galera! Nada de Michel Teló. A cantora Maria Gadú, aquela talentosa à beça (e sortuda por ter gravado ao lado de Caetano Veloso) virá para Guarulhos dar um show daqueles em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, que é no 8 de março. A notícia foi anunciada esta tarde no site da prefeitura de Guarulhos, que está promovendo o evento por meio da Secretaria de Cultura. 

O show será na faixa, mas os ingressos devem ser retirados na bilheteria do Adamastor Centro nos dias 6, 7 ou 8, das 14h às 20h. Então, quem não quer perder esse showzaço por nada, trate de se programar, pois certamente os ingressos acabarão rapidamente. Lembrando que cada pessoa poderá retirar no máximo dois ingressos.

Maria Gadú apresentará os sucessos de seu primeiro álbum, como as músicas Shimbalaiê e Linda Rosa, e as canções de seu mais recente trabalho Mais Uma Página, que traz 14 faixas, sendo oito delas autorais. Além disso, o novo trabalho parece trazer uma pegada menos MPB e mais roqueira. Entre as novidades estão a participação de Lenine em Quem?

A cantora subirá ao palco ao lados dos músicos Cesinha (bateria), Fernando Caneca (guitarra e violão tenor), Doga (percussão), Gastão Villeroy (baixo) e Maycon (teclados). Ao que tudo indica, o show seguirá o conceito gráfico do novo trabalho, com novidades e surpresas para o público.

O show será no Adamastor Centro. Anote aí o endereço: Avenida Monteiro Lobato, 734 - Guarulhos. Dia 8 de março, às 20.

Pra fazer bonito no show, aprenda a cantar as novas músicas da cantora. É só clicar aqui para ouvi-las.


Beijos e até a próxima,
Elís Lucas



quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Gil70 e inesgotável



Para quem perdeu a exposição Gil70, que ficou até 17 de fevereiro no Itaú Cultural, não fique triste. Eu fui até lá, no último dia, só para contar o que vi, ouvi e senti. Que exagero né?! Eu fui mesmo é pra me esbaldar de Gil. Mas de verdade?! Também estava bem a fim de compartilhar um pouquinho de tudo aquilo com vocês. A exposição celebrou as sete décadas de vida e 50 anos de carreira de um dos mestres do tropicalismo, Gilberto Gil. 

Ao adentrar no salão principal da exposição, aquela vontade de sair olhando tudo de uma vez só foi inevitável, mas me contive e fui lendo as legendas e as informações contidas na linha do tempo, que descrevia o que acontecia na vida de Gil, no Brasil e no mundo naquele respectivo momento. O painel se dividia em fotos, frases e a discografia completa de Gil. Inclusive, havia um trecho do áudio do show de Gil na Escola Politécnica da Usp, em 1973.

Entre as inúmeras fotos espalhadas pelo painel, duas delas me chamaram muito a atenção, a primeira foi a de Gil cantando ao lado de seu ídolo Luiz Gonzaga, em 1985. Fico imaginando a emoção que ele deve ter sentido. Poucos conseguem esse feito. A segunda, a de Gil com suas mulheres, em 1992. Sim, porque primeiro, eu não sabia que ele tinha casado tantas vezes e, depois, é mesmo uma foto bonita de se ver. Todas elas ali reunidas para comemorar o aniversário de meio século de Gil.


Depois de ter lido quase tudo, porque tinha bastante texto, fui para o piso superior. (Antes fotografei os textos que não terminei de ler para que os lesse depois). Por lá, encontrava-se o diálogo que Gilberto teve com outras áreas, como cinema, televisão, teatro, ecologia e a cultura digital. Havia totens que disponibilizavam algumas letras de música e a história de como foram inspiradas. O que é sempre gostoso de saber.

Totens com áudios, letras e
histórias das inspirações
disponíveis
Back in Bahia. Foi assim: "Era o primeiro verão na Bahia depois que eu tinha voltado de Londres, e eu fui à festa de Nossa Senhora da Conceição em Santo Amaro da Purificação. Eu estava na casa onde Canô, mãe de Caetano, estava dando a festa, vendo as pessoas queridas e a alegria que emanava delas, da lembrança da saudade que eu sentia dessas e outras coisas em Londres, até que veio o impulso para escrever a canção - que eu comecei ali, letra e música juntas, de cabeça, e complementei no dia seguinte, já na casa de Sandra, na Graça, em Salvador", dizia o relato de Gilberto Gil.

Além de áudios do tipo, havia salas de vídeo, ou melhor, de audiovisual. Filmei uma delas, que exibia as versões de 1978, 1985, 1994 e 2005 da música Sítio do Pica-Pau Amarelo cantada por Gil. Abaixo, trechos das três séries de vídeos projetadas em três telas. Concepção de Bernardo Vorobow e Carlos Adriano.



Na entrada, do terceiro e último ambiente, uma grande tela com vocalizações de Gil chamava a atenção. Uma telinha menor sobre um totem na altura da cintura, mais ou menos, reproduzia o que estava na parede em tamanho menor, ou vice e versa. O bacana era poder brincar com as vocalizações de Gil misturando-as, deixando as vozes sobrepostas, criando uns sons malucos, através de touch screen na pequena tela. O som era reproduzido em uma engraçada caixa de som em formato de cone. 

Mais adiante, peças de metais ocupavam a sala com a frase "A felicidade é feita de metal" escrita na parede. A frase é trecho da música Futurível, de Gil, gravada em 1969, antes dele ser exilado em Londres.


Trecho de  Futurível, de Gilberto Gil estampado na parede

O que posso dizer é que a exposição foi bacana demais e que me instigou a querer saber mais sobre Gilberto Gil, mais do que já tenho lido nos livros que falam sobre tropicalismo como Tropicália - Um Caldeirão Cultural, de Getulio Mac Cord ou Noites Tropicais, de Nelson Motta. 

Um dos livros que tomei conhecimento na exposição foi o Giluminoso, de Bené Fontelles e, a partir dele, já procurei por outros mais. A quem interessar, logo abaixo segue a lista de alguns livros sobre Gil para aumentar o leque de conhecimento. Eu ia dizer conhecimento biográfico, mas através de uma figura de tamanha importância cultural e política para o Brasil, como é Gil, o conhecimento vai muito além disso.


Clique aqui para ver outros livros
  
Ah... Já ia me esquecendo. Na fan page do Visical tem um álbum com todas as fotos que tirei na exposição. Se tiver curiosidade, dê um pulinho por lá. Pra facilitar, clique aqui e já será redirecionado para o álbum.


Beijos e até a próxima.
Espero que tenham gostado,

Elís Lucas

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

"Pablo Honey", 20

    
O bullying está liberado para a capa,
mas o som é de respeito.
Apesar de ser muito bad trip.
Talvez os mais novos ou não tão ligados em efemérides, rock britânico e afins não tenham dado muita importância à última sexta-feira, 22. Mas a data é um marco para toda a geração que curtiu muitas bad trips, fossas, crises depressivas e afins com uma música específica. Quem nunca foi às lágrimas com versos como "Your skin makes me cry", "You're so fucking special and I wish I were special, but I'm a creep" pode jogar a primeira pedra. Sim, ladies and gentlement, o álbum Pablo Honey, aquele eternizado pela música Creep e que projetou o Radiohead no mundo do showbizz, chegou a duas décadas na última sexta-feira. [mea culpa: pretendia ter escrito a respeito no mesmo dia, mas por conta (sic) de outras questões paralelas, como trabalho, faculdade, família e ressaca, não rolo. Desculpas feitas, mas não sei se aceitas].

Thom Yorke. #chatiado desde os
tempos mais (sic) primórdios.
E Pablo, qual é a músicaaaammm??

Resumindo de modo bem porco e preguiçoso, o álbum que tornou Thom Yorke, O'Brien e os irmãos Greenwood conhecidos era uma amostra do Radiohead que conhecemos até o álbum Kid A (2000) - por mais que a fase a partir de Hail to the   Thief (2003) seja fodástica, não há muito da essência inicial da banda. Sim, os riffs de guitarra de O'Brien e Jonny Greenwood, as letras depressivas, principalmente sobre paixões malsucedidas, e os falsetes gritados de Yorke, daqueles que parecem quebrar a qualquer momento as vidraças, foram usados em abundância no álbum. O material é de primeira - em especial, para quem curte muitos riffs e tem um pé no lado depressivo da vida - e vale a pena ouvi-lo, em especial nos que nunca se deram ao trabalho de fazê-lo. Mesmo assim, Creep é a faixa eternizada do álbum e a top of mind para os fãs e simpatizantes dos cabeças de rádio. Ah, o escriba desse texto nonsense começou a ouvir o som de Yorke e cia. graças a Creep. E, claro, "curtiu" muitos momentos de bad trip com ela na trilha sonora.

Agora, vamos ao que interessa: à masterpiece do Pablo Honey. Peguem o lenço, fechem a janela (se você morar em um prédio, em especial), tire qualquer objeto cortante de perto e deem o play. E, de preferência, se esgoelem com Thom Yorke.



Beijundas,

Mau.


terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

NOTAS PÓS-GRAMMY

Frank Ocean ficou #chatiado por não
ter levado para casa todos os
gramofones que queria (The Telegraph)
Fala, galera! Em meio aos dias de samba, risadas, sacanagem y otras cositas más, houve vida além dos sambódromos e trios elétricos. No último domingo, como meio mundo deve ter lido a respeito e assistido, aconteceu a 55ª edição do Grammy, a principal premiação do mundo da música. Além dos 250 mil vestidos de galas que as celebridades musicais do bloco feminino fazem questão de exibir, da homenagem ao eterno Bob Marley  e os dubsteps da vida, o bom e velho rock teve algum destaque na premiação. Isso sem contar o genial, porém entojado rapper Frank Ocean, autor de Channel Orange, sem dúvida uma das melhores coisas que apareceram no mundo da música em 2012, sem exagero algum [não entendeu o porquê de entojado? Após ler o artigo a respeito do cara feito pelo pessoal do New York Times, isso ficará um pouco mais fácil]. Ah, a propósito, o cara levou o melhor prêmio de melhor álbum urbano pelo já citado Channel Orange. A propósito, Ocean bombou em Nova Iorque. Isso explica o "urbano"?

Mumford and Sons, a melhor banda da noite
(Chad Batka / NYT)

Para começar, os bródinhos do Mumford & Sons, banda inglesa que respira os ares do folk e do country estadunidense, levaram o gramofone de álbum do ano por causa de Babel - que, aliás, é de audição obrigatória, em especial o single I Will Wait.

Pensou que fosse o bastante? Nope. O The Black Keys, uma das bandas mais badaladas da cena roqueira-indie-hipster-whatever atual, não fez necessariamente a rapa na premiação, mas saiu com alguns troféus para enfeitar as prateleiras de Dan Auerbach e de Patrick Carney, integrantes do grupo. Para ser mais preciso, os gramofones que irão para Ohio, terra dos caras, são os de melhor canção e melhor performance de rock por Lonely Boy, e de melhor álbum de rock, graças ao ótimo El Camino. Isso sem contar que Auerbach levou o gramofone de produtor do ano. Merecido, não?
O The Black Keys passou perto
de fazer a rapa na noite
(Divulgação)

Claro, os caras do Alabama Shakes, citados na lista nonsense de melhores álbuns de 2012 feita por estas bandas no fim do ano, e Jack White merecem menções honrosas, respectivamente por Boys and Girls e Blunderbuss. Ah, para quem tiver curiosidade em ouvir o novo trampo do eterno frontman do The White Stripes e The Raconteurs, aí vai a participação do cara no Grammy, na qual ele interpreta Love Interruption e faz versão visceral de Freedom at 21.

Enfim, pitacos feitos, voltemos à programação normal. Pouco importando se vocês caíram ou não no samba, ou se ficaram no universo do bom e velho rock'n' roll, bom carnaval e nos trombamos em breve por aí.

Beijundas,

Mau.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O Tom delas



Depois do emocionante documentário “A Música Segundo Tom Jobim”, que conta a trajetória do mestre apenas com fotografias e vídeos de shows e festivais,  o cineasta Nelson Pereira de Santos nos presenteia com “A Luz doTom”. Mas, desta vez, de um modo diferente. Se no primeiro filme não teve um diálogo sequer, no documentário, que estreia hoje, as fases da vida do mestre da Bossa Nova terão narrativas femininas. São as donas das vozes: a irmã de Tom, Helena Jobim e as ex-mulheres Thereza Hermanny e Ana Lontra Jobim.

O filme é baseado no livro homônimo de Helena Jobim, "Antônio Carlos Jobim, o Homem Iluminado", de 1996. Enquanto Helena contará sobre a infância e juventude de Tom, Thereza falará sobre o início e auge de sua carreira e, Ana Lontra, sobre sua última fase. "São três pessoas que têm doutorado em Tom Jobim", disse Nelson Pereira em entrevista ao Estadão.  

Veja o trailer:

O filme está em cartaz no Espaço Itáu de Cinemas, na Frei Caneca e Imax Pompeia. Para comprar seu ingresso dê um pulinho aqui.

*Para quem não conseguiu assistir ao primeiro doc, A Música Segundo Tom Jobim, pegue a pipoca e assista aqui conosco:




Beijos e até a próxima.
Elís Lucas

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

O resgate de mais um tropicalista

Documentário sobre Jorge Mautner estreia hoje nos cinemas


Mautner e Bial, codiretor do longa


Na última terça-feira, por um acaso, ao terminar de assistir a novela das 8, Salve Jorge, acabei deixando no mesmo canal, já que estava conversando com meu parceiro de música sobre nossos próximos passos e ele havia confessado a pouco que assistia ao tal do BBB. A TV estava em segundo plano, mas isso, só até o nome de Jorge Mautner,72, saltar-me aos olhos. Ele era um dos nomes que eu acabara de ler no finalzinho do livro Tropicália - Um Caldeirão Cultural e que também havia visto no próprio filme Tropicalismo que também assisti nesta terça. Muita coincidência, não?! 

Pois bem, os bombadões e as gostosonas da casa mais vigiada do Brasil tiveram a grandiosa  oportunidade de ter alguns minutos de cultura em meio àquela efervescência hormonal. Rolou uma espécie de sessão pipoca no jardim da casa e o filme exibido foi Jorge Mautner - O Filho do Holocausto, que estreia HOJE nos cinemas. Veja o trailer:



Fiquei curiosíssima para saber um pouco mais sobre este músico e poeta tropicalista. E, confesso que até intrigada, por ver algo de tamanha qualidade sendo exibido em um programa como o dos três "Bs". Fatalmente fui fuçar na internet e com muita facilidade, descubro que provavelmente o longa só tenha sido exibido por lá porque tinha a mãozinha de (Pedro) Bial envolvida, ou seja, ele codirigiu o filme ao lado do cineasta Heitor D'Alincourt, que conheceu Mautner ainda na década de 90.


Mautner, que também é filósofo, chamou a atenção de Bial a partir de sua autobiografia intitulada com o mesmo nome do filme, em que Mautner narra sua vida desde o nascimento até os 17 anos. "Foi uma decorrência direta da leitura do livro, que me impressionou muito. Desde os anos 1970, eu já conhecia o Mautner. Ia a seus shows, entrevistei ele algumas vezes. Mas quando li o livro O Filho do Holocaustoo, alguma coisa se produziu. Ele é filho de emigrantes que fugiram para o Brasil, verdadeiros refugiados. Dei-me conta de que a história dele não era diferente da minha. Comentei com o Heitor, que foi da banda do Mautner muitos anos atrás, e ele me perguntou na lata: 'O Mautner vai fazer 70 anos, por que a gente não faz um filme sobre ele?'" contou Bial em entrevista ao Estadão, ontem.

O filme é extremamente musical. De acordo com Heitor, 22 músicas (todas gravadas em estúdio) são diluídas ao longo do documentário. Fizeram parte da banda Pedro Sá (guitarra), Kassin (baixo), Domenico Lancelotti (bateria), Bera Ceppas (teclados e efeitos) e o eterno parceiro de Mautner, Nelson Jacobina, que faleceu no ano passado.

No filme também há participação de Caetano Veloso e de Gilberto Gil, os quais Mautner conheceu em Londres, quando também foi exilado. Os baianos tornaram-se parceiros de Mautner. Caetano gravou o álbum "Eu Não Peço Desculpas (2002) com ele e Gil gravou  O Rouxinol, que quase 30 anos depois do lançamento no álbum Refazenda foi gravado por Gil e seu filho Bem. O que reforça uma das características de Mautner, que estava sempre a frente de seu tempo. Haja vista Maracatu Atômico, que muitos de nós conhecemos na voz de Chico Science (1996):





Gil, chegou a gravar Maracatu Atômico no mesmo ano em que Mautner lançou a música em 1974 e em 2010 fez mais esta versão com participação do compositor.




Até a próxima.
Beijos,
Elís Lucas